4.10.- Franciscanos.
Em princípios de 1937, D. Joaquim Domingues
de Oliveira, Arcebispo de Florianópolis comunicava a Heriberto Hülse, que era
Deputado Estadual e interveio junto a sua Exa pelo envio de um franciscano a Forquilhinha,
de já ter partido com destino a Forquilhinha um sacerdote franciscano, embora um
pouco adoentado, porém piedoso, zeloso e conhecedor do vernáculo e do alemão,
como o caso exigia. De Florianópolis Heriberto Hülse nos transmitiu esta boa
nova.
Este sacerdote franciscano era Frei Dionísio
Mebus. Aqui chegando frei Dionísio, a alegria do povo foi dupla. Acabara-se orfandade
motivada pela morte do Padre Felix e, por outro lado, muitos moradores de Forquilhinha
pertenciam à capela de São Martinho no Capivari, que, desde muito tempo, vinha
sendo atendida pelos franciscanos de S. Amaro da Imperatriz, entre eles Frei Jerônimo
Walbroell, que em 1910 já pregara as santas missões naquela capela e, se o fogo
destruidor de 1942 não consumiu também com as lembranças em quadros maiores desenhados
e pintados pelo vovô Steiner, ainda devem existir aqui em algumas casas, pois
eram conservados como se conserva uma jóia, Frei Xisto, Frei Egídio, Frei
Boaventura; também os professores Jacó Arns e Adolfo Back estudaram no Colégio
Santo Antônio de Blumenau, Colégio este ainda hoje mantido e ampliado pelos
franciscanos, e conservavam em saudosa memória os bons franciscanos.
Residia frei Dionísio na sacristia do lado
direito da igreja e irmãs tinham os cuidados mais denodados com a sua dieta. A
ação de Frei Dionísio já está descrita na apresentação de Sua Excelência Heriberto
Hülse: sacerdote piedoso e zeloso. Infelizmente o estado de sua saúde
agravava-se cada vez mais, chegando ao ponto de pedir substituição.
O substituto foi
Frei Fidelis Kamp.
Poucos meses Frei Fidelis pôde ficar em
Forquilhinha; pois, Vigário de Nova Veneza, pe Miguel Giacca adoecera
gravemente, e, a pedido de S Exa o Arcebispo, teve que ir para lá visitar capelas
da paróquia. Adoentado, consultou médico de Nova Veneza, Dr. Dino Gorini, que
constatou verminose, receitando certa dose a ser tomada, que Frei Fidelis
espontaneamente aumentou, pensando que com um pouco mais ainda era melhor para
expurgar os incômodos parasitas. Tomou o remédio e seguiu a cavalo em visita a
uma capela. Não tardou, a dose começou a fazer efeito não benéfico, mas
causando mal-estar a ponto de não mais poder prosseguir. Apeando-se do animal,
deitou-se em uma sombra, passando ali por muitas horas, até se sentir melhor e
prosseguir a caminhada. Quando contava o fato, ria e dizia gracejando:-
"Quase morreu o verme maior."
Por ocasião do Dia de Finados, o povo daqui
seguiu em procissão ao cemitério para visita aos túmulos, Frei Fidelis, teceu
estas reflexões:- “Como é que quereis que eu vos fale e, medite sobre coisas
lúgubres, tristes, se estamos no paraíso" -referia-se ao mar de flores,
com que os túmulos estavam cobertos, “-não, aqui só vos posso falar de coisas
alegres, das belezas do paraíso, das delícias celestes."
De outra feita, cantava a ladainha de Nossa
Senhora e, quando deparou com a invocação Virgo
Fidelis, inclinou-se, que deu na vista de todos, para o lado de um dos
seus, coroinhas, Fidelis Back, companheiro do mesmo nome, e com voz mais
acentuada cantou esta a invocação.
Aos domingos de noite, Gabriel Arns e Adolfo
Back visitavam-no na sacristia, onde morava. Quando batiam na porta, ouviam-no
erguer-se do assento onde lia ou estudava, e com pesados passos dirigir-se, não
à porta para abri-la, mas rumando a um armário do seu aposento, para de lá
tirar o baralho; pois, tinha gosto num jogo de Scat e então vinha abrir a
porta. Durante o jogo, que sempre era "pela barba do rei", falava
constantemente sobre as cartas que recebia, e Gabriel Arns, que era finório
jogador e fazia questão de aproveitar todas as finezas do jogo, estava a
perceber quais as cartas que ele tinha, em mão. Naturalmente, Frei Fidelis,
sempre era malsucedido nos jogos.
Muitas outras façanhas idênticas podiam-se
registrar; estas, porém, serão suficientes para demonstrar o seu espírito ingênuo
e afável.
Em substituição de Frei Fidelis, veio para cá
em novembro de 1939,o reverendo
Frei Baltazar Fack, ofm.
pertencente à província franciscana de Santo
Antônio do Nordeste do Brasil. Coube a Frei Baltazar dirigir os trabalhos,
primeiro, da construção do Colégio das Irmãs, que até então residiam na morada
primitiva. Terminada essa começou de imediato a casa paroquial. Para ambos os
prédios organizava grupos de pessoas para determinados trabalhos, sempre
escolhendo entre eles os que se prestavam melhor para determinado serviço. Com
este critério teve ótimos resultados, que, embora pesassem sobre todos, ainda
assim conseguiu erguer, em relativo curto tempo, dois importantes prédios da localidade.
Frei Baltazar não só sabia organizar os trabalhos, mas, apesar de sua idade
avançada, ele próprio punha mãos à obra. A muitos ele também assistiu com
remédios homeopáticos. Também dava crédito e muita importância à fase da Lua
para o plantio de cereais e flores, o que os primitivos colonos observavam e
ainda hoje se observa em parte, apesar de os agrônomos hoje refutarem tais
crenças.
A construção da casa paroquial, que também já
se denominava a residência franciscana, estava a indicar nova mudança em Forquilhinha.
A 11 de dezembro de 1940, Sua Exa Revma D. Joaquim
Domingues de Oliveira criou a nova paróquia de Forquilhinha, desmembrando-a das
paróquias de Nova Veneza, Criciúma e Araranguá, entregando-a à Ordem dos
Franciscanos. No Capítulo Provincial da Província da Imaculada Conceição,
realizado em Curitiba, aos 16 de janeiro de 1941, fundou-se a nova residência
de Forquilhinha, dedicada ao S. Coração de Jesus.
Frei Marcelo Baumeister.
Foi nomeado como primeiro Vigário da nova
paróquia o provincial Frei Marcelo Baumeister de 71 anos de idade e como
coadjutor o Revmo Frei Júlio Jansen, de 63 anos. Ambos chegaram no dia 10 de
fevereiro de 1941, para tomarem posse da nova paróquia. No dia 5 de março aqui
chegou o primeiro e até hoje o único irmão leigo, frei Elias Steinrücken, que
para cá foi transferido de Campos do Jordão. Em cerimônia toda especial, o
Vigário tomou posse da nova paróquia, dando fim definitivo a um controvertido,
árduo e espinhoso estado de coisas.
Frei Baltazar, que ainda aqui permanecia para
dar por completamente acabada a casa paroquial, daqui partiu no dia 24 de abril
de 1941. Também Frei Júlio, ótimo dirigente de coro, que, impossibilitado de
viajar a cavalo para fazer as visitas às capelas, foi transferido para Bom
Sucesso no Rio de Janeiro e para lá partiu em 25 de setembro do mesmo ano. Como
substituto veio Frei Aníbal Girardi, filho da colônia de Rodeio, que falava o
vernáculo, o alemão e o italiano, excelente qualidade para a nossa paróquia.
Também era ótimo pregador. Em 29 de janeiro de 1942, justamente após um ano à
frente de nossa paróquia, com a saúde um tanto abalada, Frei Marcelo foi
substituído por;
Frei Félix Schroer.
Em maio do mesmo ano aqui chegaram como
missionários, pertencentes a esta residência franciscana, o Frei Modestino Oechtering,
Frei Francisco Salésio Brinkmann e Frei João Bosco: os dois primeiros aqui permaneceram
por um tempo de descanso, para seguirem a nova missão. Em substituição ao coadjutor
Frei Aníbal Girardi, aos 19 dias do mês de setembro de 1942, veio Frei Clemente
Tambosi, também filho de Rodeio, dominando também as três línguas. Com a
entrada do Brasil na guerra, os vigários não-brasileiros tiveram de ser
substituídos por brasileiros. Frei Félix, alemão, teve de ceder o posto de
vigário a Frei Clemente.
Frei Clemente Tambosi.
Como os missionários não puderam pregar as
missões nos tempos tumultuosos da guerra, Frei Salésio foi nomeado coadjutor de
Forquilhinha, havendo assim três franciscanos no desempenho dos trabalhos em
prol dos paroquianos. Permaneceu até outubro de 1943. Em lugar de Frei Salésio
aqui chegou, no dia 25 de janeiro de 1944, frei Pascásio Rettler,
competentíssimos
organista e dirigente de coro. Inicialmente tocava num pequeno harmônio, se bem
que ótimo instrumento, porém insuficiente para ressoar por entre os cantores e
preencher o espaço da igreja. Pertencia este harmônio às Irmãs, que para cá
veio entre a grande bagagem das primeiras cinco irmãs. Pelos esforços e dedicação
de Frei Pascásio e com a campanha encetada por ele, tomou-se possível a compra de,
em matéria de harmônio, o melhor e maior instrumento daqueles tempos, fabricado
pela Firma Bohn e Cia de Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul. A inauguração do
harmônio novo se efetuou no dia 8 de dezembro de 1946. Com a sua habilidade em
tocar e, ao mesmo tempo, dirigir o coro da Matriz, Frei Pascásio conseguiu dar
grande impulso aos cânticos sacros, assim que fomos, por diversas vezes,
convidados a cantar nas festas em Turvo, Araranguá e Cocal.
Em 10 de janeiro de 1948, foram removidos
todos os franciscanos aqui residentes; mas Frei Pascásio, por diversas vezes,
retomou por alguns dias e sempre voltava a seu harmônio, fazendo o retumbar
novamente, assim ainda por ocasião, e talvez pela última vez, da ordenação e
primeira missa de Frei Paulo Back nos dias 6 e 7 de julho do corrente ano, em
que foi o dirigente do coro nestes festejos. De volta ao
campo
de suas atividades sacerdotais, S. Paulo, Capital, foi surpreendido com sua
nomeação para Bispo da Diocese de Bacabal, no estado do Maranhão. Sua ordenação
teve lugar no dia 12 de setembro de 1968, em sua terra natal. Os inesquecíveis,
piedosos e zelosos padres Frei Felix e Frei Clemente, que durante seis anos aqui
permaneceram, também aqui deixaram as marcas indeléveis de suas atividades,
entre outras muitas a capela de Mãe Luzia. Em substituição veio;
Frei Tarcísio Schreckenberg
Como
Vigário e como coadjutor Frei Marciano Kropf, que, com licença superior, readotou
o seu primeiro nome de batismo e hoje conhecido como Frei José Kropf. Frei
Tarcísio manejava excelentemente o harmônio conhecedor profundo das subtilezas
da música, foi durante os oito anos de sua estada e Forquilhinha,
ininterruptamente o Vigário e dirigente do coro. Apesar de ser extraordinário possuidor
da arte musical, não lhe era dado o dom de transmitir com facilidade os se conhecimentos.
O que não conseguia com esse dom, conseguia com a sua persistência. Aplica uma
série de lembretes em relação à música, como "Geh, du alter Esel, hole
Fish", ("Vai, velho burro, busca peixe") reportando-se sustenidos
como o "Geh" igual a sol, com sustenido, o "du" igual a ré
com dois sustenido "alter" igual a Ia, "Esel" igual a mi,
"hole" igual a si e "Fish" igual a fa sustenido, com um dois
até 6 sustenidos respectivamente em tom maior. Não explicava, no entanto, o
porquê dos sustenidos. A nota dó era dó propriamente dita mas no solo maior, a
nota sol era dó e assim todas elas. Os cantores ficavam perplexos e sabiam
distinguir por que o Pedro se denominava assim e daqui a pouco já se nomeava de
João.
Tinha predileção pela música rítmica e chamava
de "Schmalzmusik" ("música untuosa”) a música simétrica. Graças
à sua persistência e dedicação, contando compassadamente "um dois três"
ou "um, dois, três, quatro", conforme compasso da música, ensaiava,
imprimindo assim cadência correta aos seus cantores aprimorando desta forma o
coro da Matriz. Não admitia pequena alteração da música nem de texto,
justificando seu proceder, pois que os grandes mestres, os compositores, tinham
gosto. Quando de uma feita um cantor retorquiu:- "Nós também temos
gosto", nunca perdoou essa intromissão.
Zelosos
e afável, recebia a todos e, de paciência inigualável, tinha para todos os momentos
um versinho para ser aplicado. Quando de sua despedida, após oito anos, deixou todos
pesarosos de vê-lo partir. Graças à constância, devemos a ele um melhor ritmo
na execução dos cantos.
Frei Marciano, ainda jovem, zeloso como era,
dedicou-se com muito amor às filhas de Maria e aos marianos, e talvez nunca
estas congregações tiveram igual impulso como no seu tempo. Tomava a prática da
religião extremamente séria e, no preparo de seus sermões, o fazia com todo o
empenho e esmero, de quem sente o peso de sua responsabilidade. Quando alguém
praticava um ato, que considerava errado, o censurava abertamente, mesmo que
fosse seu maior amigo. Este modo de agir provocou-lhe algumas inimizades. Quando
chegou a seu conhecimento a devoção e as súplicas do povo a Santa Teresinha,
não descansou até que se erigiu um pedestal, encimado com um nicho todo de
alvenaria e recolocou a estátua da Santa com uma placa de mármore, em que se
inscreveu a gratidão do povo de Forquilhinha a Santa Teresinha, com as suas
súplicas, ter conseguido, junto a Deus, não só sacerdotes, mas também as reverendíssimas
irmãs. Lá está a estátua da Santa dentro de caramanchão, bem em frente à
entrada do primeiro prédio do Colégio.
Se Frei Marciano era ardoroso pelo bem espiritual
de nosso povo, não menos o era no tocante ao bem corporal. Isto bem comprovam os
seus discursos nas assembleias gerais dos associados da Sociedade União Colonial
e no controvertido problema da abertura do canal, a que se deu o nome de Canal
Santa Teresinha, para a irrigação dos arrozais e bebedouros da pecuária na
margem direita do rio Mãe Luzia a partir do rio São Bento. Chegou mesmo a contribuir
com pequena parcela em dinheiro para que este empreendimento se efetivasse.
Não foi poupado de denúncias que o levaram a
pedir transferência e partiu em 23 de março de 1952. Para ocupar o lugar de
coadjutor, na falta de Frei Marciano, chegou no dia 26/02/53 Frei Livino Daniel
Haus. Em junho do mesmo ano aqui chegava também o Rev.mo Padre jubilar Frei
Silvestre Düsterhaus para passar aqui os últimos anos de sua vida, como foi o
seu desejo. Apesar de sua fragilidade, aqui viveu até o dia 8 de maio de 1957,
data em que veio a falecer no Hospital São José de Criciúma, para onde fora
levado quando o seu mal se agravava. O seu corpo foi transladado para o nosso cemitério,
sendo o segundo sacerdote aqui sepultado. Frei Silvestre foi em companhia de Frei
Arcângelo o primeiro missionário, que em nossa Igreja pregou as primeiras
santas missões em 1926.
Depois de oito anos de Vigário de Forquilhinha,
que com zelo ímpar também coube a Frei Tarcísio a remoção. Deus lhe pague!
Frei Livino Daniel.
Com
a ausência de Frei Tarcísio, o até então coadjutor Frei Livino Daniel, foi
nomeado Vigário desta freguesia, e como coadjutor veio o frei Balduíno
Grimlowski, que aqui aportou em 17/02/1956. Sobressaiu-se principalmente pelas
suas belas e devotas práticas.
Em princípio do ano de 1960, frei Livino
Daniel era substituído pelo Revmo;
Frei Everaldo Allkemper
a quem fora dada a dura e penosa incumbência
da construção da nova matriz. Com pulso firme e fé em Deus, pôs mãos à obra, e
o impossível aconteceu. Em apenas um ano e meio construiu-se uma firme,
espaçosa, bela igreja matriz.
Dispunha-se a começar a construção com menos
de um milhão de cruzeiros em caixa e para chegar ao ponto em que pôde ser inaugurada,
sem os móveis, atingiu o emprego de cerca de seis milhões de cruzeiros. No dia
da inauguração, 29 de abril de 1962, fizera-se uma festa com leilões,
barraquinhas, etc. não se utilizando do costumeiro uso de leiloar a chave, para
provar a vaidade de certas pessoas, que então contribuíam com avultadas
importâncias, não em honra de Deus, mas da sua própria pessoa. Receava recaísse
o título de padrinho da igreja inaugurada ao serviço divino em um indigno de
tal título, como afirmava quando recusava esse processo, e, apurado o resultado
da festa, que, por sinal, foi ótimo, Frei Everaldo exclamou felicíssimo:-
"Aí está! Estamos com a nova matriz construída, sem dívidas e com igual
importância em caixa, quando começamos."
O prodígio que aqui transparece, consiste na
substanciosa colaboração de todos os moradores desta paróquia, mas principalmente
do devotamento constante e eficaz do Revmo Frei Everaldo à causa encetada.
Em 27 de março de 1963, com o estado de saúde
completamente abalado, incapaz de atender por mais tempo a paróquia, com viagem
destinada à Europa, entregou o cargo de Vigário ao seu substituto:
Frei Cristóvão.
Desta
data até 18 de dezembro do mesmo ano, a
paróquia teve apenas o novo Vigário, sendo, no entanto, temporariamente auxiliado
por Frei Querubim, guardião do convento de Florianópo1is.
Frei Henrique.
Aos
18 dias do mês de dezembro de 1963, chegava aqui o Revmo Frei Henrique Müller
em substituição ao Frei Cristóvão, que, permanecendo ainda por alguns dias, encaminhou
a seu substituto todos os problemas e trabalhos da paróquia, partindo no dia 26
de dezembro com destino a São José. O novo Vigário, dotado de atividade
exemplar e de tino de administrador, pôs toda a paróquia em movimento. O
primeiro caso a ser resolvido e que lhe foi indicado por pessoa da paróquia,
foi o fato da vila de São Defende, onde se tomavam os preparativos para a
colocação da pedra fundamental de nova capela e que se dizia pertencer à paróquia
do Rio Maina e que, de acordo com o Decreto da criação da paróquia de Forquilhinha,
fora de dúvida, devia pertencer a esta. Frei Henrique tomou logo as
providências necessárias para sanar o engano. Outro problema que encarou com
afinco foi o de condução motorizada para o atendimento das capelas e outros
casos urgentes da paróquia, como as visitas e assistências espirituais dos
doentes.
Soube angariar da Matriz e das capelas o
dinheiro para a compra de uma camioneta Wil1ys, capaz de atender em outros
casos de interesse da paróquia, como transporte de prendas para as festas e uma
condução para as Irmãs que auxiliam na catequese das capelas.
Um terceiro problema foi o de pôr as capelas
em estado condigno do nome de casa de Deus. Assim a capela de São Roque recebeu
pintura externa completa, inclusive a torre, e para Santa Rosa, com capela
muito pequenina e velha, esboçou planta e construiu nova capela, que foi inaugurada
por Sua Exa Dom Anselmo, que nesta ocasião fez o elogio da capela mais bonita de
sua Diocese. Frei Henrique foi substituído por;
Frei Rodrigo Vilbois,
que até então era lente na escola de preparação
de seminaristas que pretendem vir ao Brasil, em Garnstock, na Bélgica. A
chegada de Frei Rodrigo se deu no dia 12 de fevereiro de 1964 e Frei Henrique
ainda aqui permaneceu até 10 de fevereiro de 1965, quando foi destinado como
vigário e guardião de Canoinhas. Antes de sua partida, Frei Adalberto aqui
apareceu no dia 25 de janeiro de 1965, como coadjutor da paróquia. Ao novo
Vigário couberam também importantes tarefas. A primeira festa, após a sua chegada,
veio a reforçar o numerário em caixa da igreja Matriz. Tratou de imediato a
levar a cabo o piso da igreja, em que fora resolvido empregar granito simulado,
constante de cimento e moinha de mármore, preto e branco e cores correspondentes
às que se pretendia aplicar para realçar as diversas faixas dos corredores e das
áreas ocupadas pelas bancadas, ladrilhar a plataforma da entrada com pedaços
irregular de mármore, e, com placas de mármore regulares o presbitério, o
contorno do altar-mor e os degraus. Estes trabalhos foram contratadas com uma
firma de Criciúma, a de Pedro Machado, que trouxe grande desgosto para o Frei
Rodrigo e para todos nós, devido à sua morosidade na execução, como por suas
trapaças durante o desempenho do serviço, de sorte que finalmente foi
necessário usar de medidas drásticas contra o empreiteiro e terminar a obra por
outros profissionais. Também as calçadas em redor da Matriz foram revestidas em
parte com ladrilhos São Caetano. Outra tarefa foi a construção do mosteiro das
Irmãs Clarissas. No coro da Matriz também empenhou os seus esforço nominalmente
na tradução para o vernáculo dos cantos a quatro vozes do livro Triere Gesangbuch. Com donativos
recebidos de sua pátria, pôde adquirir um Volkswagen, dispondo assim a nossa
paróquia de dois veículos para atendimento regular e amiudada às capelas.
Seu coadjutor, Frei Adalberto, não menos
zeloso e benquisto, e ele fora surpreendidos com as suas remoções, Frei Adalberto
para Gamstock e Frei Rodrigo para São Sebastião em São Paulo. Seus substitutos foram
designados:
Frei Kuniberto
como Vigário e Frei Braz como coadjutor.
Infelizmente este que há tantos anos fora Vigário de Blumenau, aparentemente
infeliz inconformado no novo e simples ambiente resolveu atender a um
chamamento de vários anos, retirar-se do Brasil para um trabalho em sua pátria.
Estava assim a nova paróquia sem coadjutor, lacuna esta que foi preenchida com
vinda de Frei Valdomiro, que aqui chegou justamente no final dos festejos da
ordenação e primeira missa de Frei Paulo Back, à noite do dia 7 de julho do
corrente ano.
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