19.-
Cooperativa de Eletrificação Rural.
19.1.-
Primeira Eletrificação
Rural.
Com as
múltiplas instalações pertencentes à Sociedade União Colonial, como sejam, a
fábrica de banha, a de laticínios, a garagem, os paióis, os depósitos e a loja,
de muito se sentia a necessidade de iluminação mais adequada que os lampiões a
querosene ou o lampião aladim; a empresa concorreu com dez mil cruzeiros e se
associaram outros da redondeza e instalaram um motor a gasolina e
um gerador de força elétrica.
E foi levada a todas as dependências da Sociedade e às casa mais próximas a
corrente elétrica para iluminação mais condizente, em 1950. Achava-se nesta época
já instalado pelo Sr. Alfredo Steiner, num lote urbano, doado por Gabriel Arns
e anexo ao terreno da Sociedade, um hotel, onde residia com a família e atendia
os transeuntes com cama e mesa. Como a fonte da energia elétrica se achava
localizada perto do hotel, Alfredo Steiner colocava o motor em movimento,
vigiando-o durante o tempo em funcionamento, que geralmente ia até às 10 horas
da noite e sempre com 15 minutos de antecedência dava um sinal com a luz, lembrando
os demais usuários que a luz estava para terminar.
19.2.-
Fundação da Cooperativa.
O
Governador do Estado, Heriberto Hülse, ordenou a C.C.E. estender na zona de, Forquilhinha
uma longa rede de fios para eletrificação de nossa localidade e das localidades
vizinhas. Esta rede devia ser entregue a uma entidade capaz de se responsabilizar
pelo bom e correto aproveitamento de todos os abrangidos por esta rede.
Guiados por
técnicos vindos de Florianópolis, Bonassis e Schmidt, fundou-se a Cooperativa
de Eletrificação Rural Ltda. Com sede em Forquilhinha. Com os estatutos elaborados
e adequados, houve a primeira eleição para a Diretoria da nova cooperativa,
sendo eleitos Alfredo Michels, Fidelis Back e Aloin Kurtz, para presidente,
gerente e secretário, respectivamente. Por diversos anos, o escritório funcionava
e a revenda de material elétrico vinha sendo efetuada na antiga casinha onde se
achava instalada o motor e operador da primitiva Força e Luz de Forquilhinha.
Com a demolição antiga igreja da nossa localidade em 1962, o material aproveitável
desta fora cedido à nova cooperativa, que, tendo adquirido um lote urbano de 14
por 40, sito na Rua João José Back e Avenida Cinquentenário, aqui construiu a
sua sede, onde dispõe de amplo e bem iluminado escritório, o almoxarifado e um
não menos amplo posto de revenda do material elétrico para os associados.
Esta
Cooperativa, hoje chefiada por Osvaldo da Silveira, Dionísio Trichês, Fridolino
Steiner e G. Steiner, sendo presidente, vice-presidente, gerente e secretário
respectivamente, começou as atividades em princípio de 1959. Conta hoje com 60
km de rede de alta tensão e 100 km de rede baixa, servindo a colônia de Forquilhinha,
a sede, bem como toda a zona rural, as localidades de São Defende, Linha Reta,
Sangão, São Roque, Verdinho, Primeira Linha e Espigão da Toca. Desta última localidade
ainda se estende sobre o morro Mãe Luzia, fornece energia às duas torres repetidoras da
televisão Gaúcha e a Piratini de Porto Alegre. Os estatutos preveem toda pessoa
física uso-frutuária da energia, compulsoriamente deve ser associada da
cooperativa e as pessoas jurídicas recebem a força mediante convênio celebrado
entre estas e a cooperativa, não tomando parte nas decisões nas assembleias
gerais, bem como não têm parte no patrimônio da Cooperativa.
O número de
associados também aumenta dia a dia, mesmo que não seja estendida a rede para
outras povoações, só com o crescimento das localidades diretamente servidas com
a rede elétrica. Figuram, no Livro Matrícula da Cooperativa, 420 nomes de associados
pertencentes à Cooperativa Eletrificação Rural de Forquilhinha. Todos estes podem
gozar de iluminação adequada e ótima em suas residências, nos paióis,
estrebaria e pocilgas e outras dependências, como usarem da energia para geladeira,
ferro elétrico, rádio, televisão, bombas para água, moinhos a martelo e em
muitas outras utilidades de suas tarefas diárias e para a sua recreação.
Num longo e
explícito memorial, a Cooperativa se dirigiu ao Ministério de Minas e Energia,
expondo a necessidade de renovar a extensa rede, quanto ao posteamento e fios
mais espessura, principalmente na parte
da subestação em Mãe Luzia até a sede de nossa localidade. Este memorial
demorou a ser atendido e veio a verba solicitada, porém, muito sobre o fim do
ano passado, não havendo mais a possibilidade do emprego da verba, ainda mais que
se tratava de verba de fim específico, caindo assim em exercício findo e
voltando ao Ministério. Requerida novamente para este ano, com a colaboração de
nosso Senador Dr. Álvaro Catão, a verba tornou e está sendo aplicada em postes
de cimento armado, todos já erigidos, aguardando a colocação dos fios nos
próximos dias. Só o posteamento e os fios, no trajeto de Mãe Luzia a
Forquilhinha, custarão aproximadamente 20 milhões de cruzeiros velhos, cedidos
pelo Ministério. A ação de pôr em seguro o trajeto da subestação em Mãe Luzia
foi muito acertada e necessária, visto ser o tronco principal de toda a extensa
rede e que, a partir de Forquilhinha, se ramifica em todas as direções. Pode-se
comparar com um alicerce de um edifício, que, uma vez este sendo solidificado,
se pode construir sem temor, sabendo que o fundamento é firme e seguro. Assim
na rede-tronco, qualquer obstáculo vem prejudicar toda a rede e ninguém a pode aproveitar,
enquanto o obstáculo não seja removido. Havendo, no entanto, um defeito em um
impedimento, numa das linhas colaterais, as demais estarão em pleno
funcionamento.
Neste
relato verifica-se de quanto um Governo cônscio de suas responsabilidades, com relativos
pequenos recursos, pode proporcionar inestimáveis benefícios a toda uma
população, como, no caso, o Governador do Estado, Heriberto Hülse, e
recentemente o Ministro de Minas e Energia. A Cooperativa de Eletrificação Rural
de Forquilhinha obedeceu a um plano-piloto no Estado e quiçá em todo o
território pátrio; pois, de todas as partes abundaram as indagações aos nossos
diretores de como era constituída a nossa cooperativa e muitos para cá se
dirigiram, para, in loco, se certificarem e conhecerem como funciona a nossa
empresa. Lá do longínquo Nordeste, Pernambuco, foi , solicitada informação de
como funcionava e se regulamentava a nossa empresa de eletrificação rural.
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