sábado, 2 de março de 2013

História de Forquilhinha : Por Adolfo Back - XVIII


3.5.- Novamente Escola Estadual.

 

No mesmo tumultuoso ano de 1942, em outubro, foi criada, sem nossa participação, a escola mista estadual em Forquilhinha, com 10, 20 e 30 ano, sendo nomeadas as professoras Laura Luz e Diva Amboni, que reabriram a escola no mesmo prédio. Embora de propriedade particular, fora anterior e arbitrariamente fechado, confiscando-se a chave, e com o mesmo despotismo, foi ocupado. Tinham as professoras recebido ordem de começar as aulas; sem perda de tempo para que os alunos ainda pudessem, apesar de toda a interrupção, da troca de programa e professores, fazer os exames de fim de ano. Esta ordem da Secretaria da Educação e Cultura é prova cabal de que o Governo do Estado estava bem a par do que se passava em nossa escola, i.e., sabia perfeitamente que eram administradas as matérias por ela exigidas e que os alunos se achavam em condições de se submeterem aos exames de fim de ano.

Apesar dos embaraços, o resultado obtido nos exames deu ótima porcentagem de promoções. Este fato também serve de prova irrefutável para desmentir os que diziam que em nossa escola só se ensinava o alemão, como gritava e vociferava o bando de alunos, soltos na praça de Criciúma, na hora em que os presos eram levados da cadeia para o ônibus; perseguia o séquito a guinchar:- "Este é o professor que só ensina alemão", o que deu margem à suspeita que o acontecimento ocorreu por mando de alguém.

No ano seguinte, i.e., em 1943, as mesmas professoras começaram as aulas no prazo previsto pelo Governo, porém já em 5 de abril foi admitida, em substituição à professora Laura Luz, a professora complementarista Carolina Dagostim Paim. Esta permaneceu lecionando em nossa escola até a sua aposentadoria em abril de 1959. Aos 27 de março de 1944, Yolanda Dagostim, irmã de D. Carolina, substituiu Diva Amboni. A escola mista estadual compreendia apenas 3 classes; por isso, em 1944, quando a escola passou à direção das Irmãs, criou-se um curso particular para um 40 ano, sendo as professoras regentes deste curso a Irmã Maria Verônica Cesconeto e auxiliar a Irmã Maria Norberta. Recai nesta mesma época a transferência da escola para o prédio das irmãs construído em 1940 e a demolição do segundo prédio escolar, que com tanto sacrifício e carinho foi edificado em 1925.

Em 1948, o Governo do Estado fundou as escolas reunidas Nilo Sardá, compreendendo do primeiro ao quarto ano. No ano seguinte já funcionou um curso preparatório para os exames de admissão para o Curso Normal Regional, que foi criado pelo Decreto n. 92, de 21 de setembro de 1949. Em fevereiro de 1950, sob a presidência do Inspetor Marcílio Santiago, teve lugar o primeiro exame de admissão, que resultou na aprovação de 10 alunos e 16 alunas num total de vinte e seis. Começou, pois, em 1950, a primeira série do Curso Normal Regional, denominado D. Daniel Hostin, em homenagem ao Bispo de Lajes.

No decorrer dos quatro anos, correspondentes a quatro séries que o Curso Normal Regional mantém, foram aprovados e se fez a formatura da primeira turma do Curso Normal Regional em nossa comunidade, num total de 24 formandos, 9 alunos e 15 alunas.

Com a transformação das Escolas Reunidas Nilo Sardá pelo Decr. N.S.E. 21-05-62/l4l9, foi criado o Grupo Escolar Frei Baltazar, em 1962, em homenagem ao sacerdote franciscano que se projetou na edificação de uma peça anexada ao edifício de 1940. O Curso Normal Regional foi transformado em Ginásio Normal D. Daniel Hostin, no ano de 1964.

Do exposto nos capítulos anteriores e neste, fica bem patente o decréscimo de nossa escola com a sua violentação. Com a normalização e arrefecimento dos ânimos, a nossa escola tomou a evoluir sob a competente

e dedicada direção de nossas progressistas Irmãs e mesmo com a benévola cooperação do Governo do Estado.

Com a criação da escola pré-primária, que se deu em 1966, a nossa escolinha do há muito desvanecido ano de 1915, foi transformada e conta hoje com a escola pré-primária, em que as 33 crianças se adestram para os currículos subsequentes, o Grupo Escolar Frei Baltazar com 11 classes, sendo 3 do primeiro ano com 84 alunos, 2 do segundo ano com 64 alunos, 2 do terceiro ano com 49 alunos e, finalmente 2 do quarto ano, com 58 alunos, num total de 255, uma escola particular correspondente a 50 e 60 anos com 49 alunos, que não pretendendo ou não podendo prosseguir na carreira estudantil, possam levar conhecimentos mais sólidos para enfrentarem a vida de hoje e que, para os que desejam seguir os estudos do segundo ciclo e mesmo superiores, fiquem habilitados para o exame de admissão no curso do Ginásio Normal, existente com 111 alunos nas 4 séries, perfazendo todos um total de 43 meninos e 68 meninas, ávidos de aprender.

Não queremos desmerecer os esforços e colaboração pessoal de cada um em particular e dos respectivos pais; também atribuímos o mérito à nossa escola, em todos os tempos, pelo fato de podermos apontar, entre os filhos deste torrão agraciado por Deus, a bondade infinita, ex-alunos da escola, 18 sacerdotes, entre estes um Bispo, 36 religiosas em diversas congregações e ordens, 14 guarda-livros, 14 professores, entre estes sete lentes do ensino superior, 3 engenheiros, 2 farmacólogos, 1 médico, 3 advogados, 6 odontólogos, 2 agrônomos, 1 veterinário, 6 parteiras e muitos outros em posições relevantes, que estão a servir o Brasil e aos brasileiros. Todos estes, como veremos no capítulo O êxodo, com pouca exceção, com nomes de origem alemã. Cumpre ainda assinalar que se trata de relativamente pequena colônia e que estão apenas incluídos apenas os filhos e alunos de Forquilhinha no sentido mais restrito. Não constam, nesta lista, alunos de outras localidades do distrito ou do município, nem de outros estados da Federação que frequentavam a nossa escola.

 

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