4.8.- Vinda das Irmãs.
A
iniciativa da vinda de uma Ordem Religiosa feminina para Forquilhinha é uma das
obras meritórias que devemos atribuir ao Padre Linnartz. Em 1935, no dia 12 de
outubro, aqui chegaram e foram por nós acolhidas com muito carinho as primeiras
cinco irmãs da ordem das Pobres Irmãs Escolares, oriundas da Alemanha Oriental,
dos arredores de Breslau (hoje, Polônia). As Irmãs, desde a sua chegada, logo tomaram
parte na escola, mas não só na educação, porém, em todos os assuntos de ordem espiritual
e corporal em benefício do desenvolvimento da comunidade.
Por cinco anos ficaram ocupando a casa de
Adolfo Back. Parte do terreno doado à escola e à igreja por João José Back foi
cedida e escriturada para as Irmãs. Ali, desde os primeiros tempos, providenciaram
a construção do Colégio que, em 1940, ficou pronto, e as Irmãs desde então lá
residem. O prédio do centro foi mais tarde ampliado para os dois lados, para o
lado sul e o norte. A primeira capela das irmãs era um pequeno espaço dentro da
primeira parte construída, que passou para a parte ampliada para o norte.
Seguiram-se outras construções, como um prédio para a capela mais ampla para o noviciado.
Também surgiu o prédio exclusivamente para a escola, que de ano para ano se
vinha ampliando, como mais um pavilhão para abrigar os alunos em dias de chuva,
reuniões, teatros e festas. Atualmente, as irmãs estão empenhadas na construção
de mo de espaço para a aprendizagem de artesanato.
Desde os primeiros tempos, as moças desta
localidade, como da paróquia toda, bem como de muitos outros lugares, sentindo-se
atraídas pelas irmãs e pela vida religiosa, decidiram-se a seguir a este
chamamento. As primeiras duas, a Irmã Inês e Irmã Gertrudes, foram consideradas
aptas a serem admitidas na Ordem. Como, porém, não possuíam aqui noviciado,
mandaram-nas para a Alemanha antes do começo da Segunda Guerra Mundial. Esse terrível
flagelo as surpreendeu e tiveram que permanecer, sofrendo os horrores da guerra
só puderam voltar após o término da guerra.
O número de freiras na Congregação das Pobres
Irmãs Escolares, filhas Forquilhinha, passa de duas dezenas, e as paróquia do
mesmo nome, mais outras tantas. O crescimento da Congregação também teve apreciável
contribuição de outras paróquias, como também, principalmente, do Rio Grande do
Sul. Ao todo o número de freiras que aqui formaram, já avança de muito a segunda
centena. Também, nos primeiros anos, antes de 1939, a Ordem teve um apreciável
reforço de Irmãs que seguiram da Alemanha para o Brasil, com destino à nossa colônia.
Entre elas ressaltamos as Irmãs
Norberta, Hilda, Teófora, Achiléia, já falecida, Orthilde, também falecida,
Gonçalva, Rafaela, Beredina e Frumênica.
Não desmerecendo os trabalhos dedicação
meritórios de todas elas, cabe, por um ato de justiça e gratidão, realçar e
exaltar empenho total e extraordinário da Irmã Maria Norberta, que, sendo uma
das Irmãs do segundo grupo que para cá veio, aqui permaneceu sem interrupção,
portanto há mais de trinta anos dedicando-se, com corpo e alma e mesmo acima de
suas forças físicas, à educação, ao ensino da juventude de Forquilhinha. Possuidora
de curso acadêmico e de um dom e amor extraordinário ao ensino e educação dos
jovens vêm ela sacrificando a vida e a saúde. Quem pode avaliar o número de
jovens que frequentaram as suas aulas, o número de alunos com o curso ginasial que
puderam galgar o ensino secundário e mesmo o superior, abrangendo já duas
gerações. Ocupante do cargo de Diretora do Curso Normal Regional, atualmente
transformado em Ginásio Normal, a Irmã Norberta vem dirigindo com probidade
exemplar este posto durante 19 anos consecutivos. Tomando por média de alunos o
número de 25 que se formaram neste curso por ano, nas 15 formaturas já
efetuadas, deparamos, com o número de 315 jovens; muitos destes continuaram os
estudos em prosseguimento no substancial e sólido saber aqui recebido e se sobressaíram
entre os demais colegas. Quem poderá determinar o número de alunos, dotados e
consolidados com os conhecimentos do curso ginasial que aqui receberam e
puderam galgar o ensino secundário e mesmo o superior, abrangendo já duas
gerações? Gratidão e reconhecimento, pois, povo de Forquilhinha, à Irmã
Norberta!
A expansão das Pobres Irmãs Escolares no
Estado de S. Catarina pouco se desenvolveu. Logo de início, foram convocadas
para dirigir o Hospital Municipal de São José em Criciúma, que, mais tarde, por
lei municipal, foi doado às Irmãs. Sob a direção das Irmãs vem-se expandindo
consideravelmente.
Das filiais, a primeira em Orleães e depois a
de Rio Fortuna não puderam manter-se. No Rio Grande do Sul, no entanto, se
desenvolveu otimamente, mantendo em Porto Alegre um colégio, ginásio e o
primário com
e
muito além de mil alunos, em Santo Antônio da Patrulha, também um curso normal,
ginásio e primário, aproximando do primeiro milhar de estudantes e mais as
filiais em Feliz, Barra do Ouro, Boa Esperança e Três Forquilhas, com escolas
bem desenvolvidas.
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