sábado, 2 de março de 2013

História de Forquilhinha : Por Adolfo Back - XXVI


4.8.- Vinda das Irmãs.

 

A iniciativa da vinda de uma Ordem Religiosa feminina para Forquilhinha é uma das obras meritórias que devemos atribuir ao Padre Linnartz. Em 1935, no dia 12 de outubro, aqui chegaram e foram por nós acolhidas com muito carinho as primeiras cinco irmãs da ordem das Pobres Irmãs Escolares, oriundas da Alemanha Oriental, dos arredores de Breslau (hoje, Polônia). As Irmãs, desde a sua chegada, logo tomaram parte na escola, mas não só na educação, porém, em todos os assuntos de ordem espiritual e corporal em benefício do desenvolvimento da comunidade.

Por cinco anos ficaram ocupando a casa de Adolfo Back. Parte do terreno doado à escola e à igreja por João José Back foi cedida e escriturada para as Irmãs. Ali, desde os primeiros tempos, providenciaram a construção do Colégio que, em 1940, ficou pronto, e as Irmãs desde então lá residem. O prédio do centro foi mais tarde ampliado para os dois lados, para o lado sul e o norte. A primeira capela das irmãs era um pequeno espaço dentro da primeira parte construída, que passou para a parte ampliada para o norte. Seguiram-se outras construções, como um prédio para a capela mais ampla para o noviciado. Também surgiu o prédio exclusivamente para a escola, que de ano para ano se vinha ampliando, como mais um pavilhão para abrigar os alunos em dias de chuva, reuniões, teatros e festas. Atualmente, as irmãs estão empenhadas na construção de mo de espaço para a aprendizagem de artesanato.

Desde os primeiros tempos, as moças desta localidade, como da paróquia toda, bem como de muitos outros lugares, sentindo-se atraídas pelas irmãs e pela vida religiosa, decidiram-se a seguir a este chamamento. As primeiras duas, a Irmã Inês e Irmã Gertrudes, foram consideradas aptas a serem admitidas na Ordem. Como, porém, não possuíam aqui noviciado, mandaram-nas para a Alemanha antes do começo da Segunda Guerra Mundial. Esse terrível flagelo as surpreendeu e tiveram que permanecer, sofrendo os horrores da guerra só puderam voltar após o término da guerra.

O número de freiras na Congregação das Pobres Irmãs Escolares, filhas Forquilhinha, passa de duas dezenas, e as paróquia do mesmo nome, mais outras tantas. O crescimento da Congregação também teve apreciável contribuição de outras paróquias, como também, principalmente, do Rio Grande do Sul. Ao todo o número de freiras que aqui formaram, já avança de muito a segunda centena. Também, nos primeiros anos, antes de 1939, a Ordem teve um apreciável reforço de Irmãs que seguiram da Alemanha para o Brasil, com destino à nossa colônia. Entre elas ressaltamos  as Irmãs Norberta, Hilda, Teófora, Achiléia, já falecida, Orthilde, também falecida, Gonçalva, Rafaela, Beredina e Frumênica.

Não desmerecendo os trabalhos dedicação meritórios de todas elas, cabe, por um ato de justiça e gratidão, realçar e exaltar empenho total e extraordinário da Irmã Maria Norberta, que, sendo uma das Irmãs do segundo grupo que para cá veio, aqui permaneceu sem interrupção, portanto há mais de trinta anos dedicando-se, com corpo e alma e mesmo acima de suas forças físicas, à educação, ao ensino da juventude de Forquilhinha. Possuidora de curso acadêmico e de um dom e amor extraordinário ao ensino e educação dos jovens vêm ela sacrificando a vida e a saúde. Quem pode avaliar o número de jovens que frequentaram as suas aulas, o número de alunos com o curso ginasial que puderam galgar o ensino secundário e mesmo o superior, abrangendo já duas gerações. Ocupante do cargo de Diretora do Curso Normal Regional, atualmente transformado em Ginásio Normal, a Irmã Norberta vem dirigindo com probidade exemplar este posto durante 19 anos consecutivos. Tomando por média de alunos o número de 25 que se formaram neste curso por ano, nas 15 formaturas já efetuadas, deparamos, com o número de 315 jovens; muitos destes continuaram os estudos em prosseguimento no substancial e sólido saber aqui recebido e se sobressaíram entre os demais colegas. Quem poderá determinar o número de alunos, dotados e consolidados com os conhecimentos do curso ginasial que aqui receberam e puderam galgar o ensino secundário e mesmo o superior, abrangendo já duas gerações? Gratidão e reconhecimento, pois, povo de Forquilhinha, à Irmã Norberta!

A expansão das Pobres Irmãs Escolares no Estado de S. Catarina pouco se desenvolveu. Logo de início, foram convocadas para dirigir o Hospital Municipal de São José em Criciúma, que, mais tarde, por lei municipal, foi doado às Irmãs. Sob a direção das Irmãs vem-se expandindo consideravelmente.

Das filiais, a primeira em Orleães e depois a de Rio Fortuna não puderam manter-se. No Rio Grande do Sul, no entanto, se desenvolveu otimamente, mantendo em Porto Alegre um colégio, ginásio e o primário com

e muito além de mil alunos, em Santo Antônio da Patrulha, também um curso normal, ginásio e primário, aproximando do primeiro milhar de estudantes e mais as filiais em Feliz, Barra do Ouro, Boa Esperança e Três Forquilhas, com escolas bem desenvolvidas.

 

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