domingo, 3 de março de 2013

História de Forquilhinha : Por Adolfo Back - XLVII


13.- Schola Cantorum.

 

O povo alemão é possuidor de uma infinidade de cantos populares e orfeônicos, riquíssimos em conteúdo. Talvez pelos ricos e melodiosos cânticos em língua alemã, os descendentes de alemães também aqui continuaram a cantar muito. Lembramo-nos que, ainda no Capivari, trabalhando naqueles morros altos, muito cantávamos e não só cânticos alemães, como também os versos dos trovadores brasileiros, como sejam: Oh, que noite tão bonita! Oh, que céu tão estrelado! Oh, que serve ter amor e viver desprezado, Ou: Atrás daquele morro tem um pé de carrapicho. Já te botei a cangalha, falta botar o rabicho". Centenas de tais versos, embora não bem coordenados, alegravam-nos durante o canto. Também após a nossa vinda para cá, continuamos a cantar.

Com a construção da igreja, logo se tratou de formar um coro para cânticos litúrgicos, sendo o primeiro mestre de canto Nicolau Preis, o qual, tomando parte numa banda de música, tocava clarineta e com este instrumento ensaiava os cantos de igreja. Em 1921, com a vinda e emprego na nossa escola, o professor Back, que tocava violino, tomava parte nos ensaios e continuou sendo o mestre de canto até 1941. Simultaneamente, se criou um coro só para homens com cânticos mundanos a quatro vozes, e cantávamos por ocasiões de festas, casamentos, etc.

 Houve um tempo em que determinadas famílias da colônia convidavam os cantores aos sábados à noite, irem cantar em seus lares. Eram estes encontros verdadeiros dias de festa; pois, de um lado alegrávamo-nos com os belos cantos e por outro era servido um lauto jantar. Com a vinda das primeiras cinco Irmãs religiosas para a nossa comunidade em 1935, a nossa cantoria foi prendada no coro da igreja, com um bom harmônio e a irmã M. Maximília foi, com extrema dedicação, a nossa organista durante 30 anos. Com a criação da paróquia de Forquilhinha e com a vinda de dois padres franciscanos e um irmão leigo, Frei Elias, a direção do coro coube ao Frei Júlio Jansen, coadjutor da paróquia. Com ele ensaiamos uma missa de réquiem, e executamo-la sob a sua batuta em Criciúma por ocasião da morte de Henrique Lage. Infelizmente, Fr. Júlio não permaneceu por muito tempo aqui para dirigir o coro. Na falta de um padre capacitado a fazer os ensaios e dirigir o coro, este encargo coube a Bonifácio Back, que o executa com perfeição e grande dedicação. Por longos anos também é o dirigente do coro dos homens, que atualmente se encontra um tanto abalado e paralisado com a morte do inesquecível tenor Gregório Back.

No ano de 1944, com a vinda de Frei Pascásio como coadjutor em nossa paróquia, o coro da igreja tomou um impulso considerável. Tocava o harmônio com perfeição e animava todo o coro. De imediato encaminhou uma campanha, a da aquisição de um grande harmônio da firma Bohn de Novo Hamburgo. No dia 8 de dezembro de 1946, houve a festa de inauguração do novo harmônio. Depois da saída

de Fr. Pascásio, aqui retomou por poucos dias e sempre volta ao harmônio, reanimando o coro. Assim também recentemente, por ocasião da ordenação e primeira missa de Frei Paulo Back, foi o dirigente do coro nos ditos festejos.

De volta a São Paulo, capital, como cura de almas, foi surpreendido com a sua nomeação para Bispo no Maranhão. No dia 12 de setembro de 1968, foi sagrado Bispo em sua terra natal, a Alemanha.

Padres franciscanos que ainda se dedicaram à direção do coro, foram Frei Tarcísio e Frei Rodrigo. Em substituição da Irmã Maximília, a Irmã M. Elisabete desempenha otimamente o cargo.

 

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