3.3.- O Segundo Prédio Escolar.
O
acanhado espaço para as duas salas de aula na primeira casa de escola de Forquilhinha
fez com que se viesse a pensar na construção de um prédio mais amplo. No
entanto, também se anteviam as dificuldades que um tal empreendimento traria
para os moradores de Forquilhinha. Grande parte dos moradores era dos que
tinham chegado há pouco tempo e não dispunham de casa própria. A construção da capela
apenas terminada e que custou os maiores sacrifícios para toda a colônia e,
finalmente, a manutenção de dois professores, embora mal remunerados, tudo isto
pesava nas economias de cada um.
A necessidade de espaços mais amplos estava à
vista de todos. Mas, diziam uns, não podemos construir, para que dentro em
breve fique novamente com falta de espaço. É preciso que construamos uma escola
que venha a servir por longos anos; outros, porém eram de opinião de construir
mais simples e menor. Sobre estes pontos de vista houve violentos debates nas reuniões,
até que se chegou a um acordo. Resolveu-se, pois, levantar um prédio de alvenaria
nas dimensões de 11 por 17 m: no centro, no sentido de longitude do prédio,
duas portas para as entradas; à direita e à esquerda das portas, paredes de
tábuas, formando um corredor com vão de dois metros; as tábuas embutidas de
modo a serem de fácil colocação e remoção, para, em ocasião de festas, termos
um salão disponível; perto das portas de entrada, nas paredes de tábuas, as
portas, que davam entrada do corredor para as salas à direita e à esquerda. Assim,
ficamos com duas salas de 7,5 por 11 m de espaço, bem iluminadas e arejadas.
Em relativo curto prazo de tempo, a nova casa
da escola estava pronta para ser inaugurada. Em 1925, por ocasião de uma visita
do Padre João Stolte, da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, de
Tubarão, visitas devidamente autorizadas por S. Ema Revma D.Joaquim, Arcebispo
de Florianópolis, (Repetidas vezes nos visitava para atender as confissões na língua
materna dos moradores da região), se aproveitou a presença do Padre para
inaugurar o novo prédio. Num sermão soube entusiasmar o povo, e este colaborou
na festa, e do resultado da festa pagaram-se os gastos da construção. Já dez
anos após a inauguração, i.e., em 1935, a matrícula da escola acusava 120
alunos, sendo que muitos dos alunos freqüentavam até o quinto e mesmo até o
sexto ano. E obvio que dois professores para 120 alunos, divididos em cinco séries,
não podiam, sem prejuízo do ensino, continuar sem que se fizesse novo desdobramento
da escola. Era esta a situação da escola, quando no mesmo ano de 1935, voltou da
Alemanha o Padre Paulo Linnartz, fazendo-se acompanhar por cinco Irmãs
Escolares de Nossa Senhora.
Uma das salas foi repartida em partes iguais,
formando assim duas salas de 5,5 por 7,5m. As três classes, ora disponíveis,
davam lugar para três professores lecionarem. No mesmo ano, no dia 14 de junho
foi constituída a Sociedade União Colonial. Como o professor Back tinha noções
de contabilidade, foi convocado para a gerência da nova empresa, cedendo o
cargo de professor às Irmãs, ficando, no entanto, lecionando Geografia e
História do Brasil até o ano de 1936, inclusive, cumprindo dispositivo da lei
que estas matérias fossem administradas somente por brasileiros natos. O
professor Jacó Arns permaneceu na direção da escola, e ocuparam as duas outras
classes, ora disponíveis, Irmãs Maria Maximília e Maria Adolfina, que às vezes
revezavam com a irmã Maria Inigo. Após o ano de 1936, em que o professor Back
se afastou por completo, o professor Jacó Arns se encarregou, auxiliado pelas
moças Olívia e Erna Arns, do ensino da Geografia e História do Brasil. Assim a
boa marcha do ensino não sofreu de continuidade até o ano de 1942, quando o
professor Jacó Arns foi violentamente afastado da escola, por motivos
mesquinhos durante a Segunda Guerra Mundial, que se encontrava em seu ponto
culminante.
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