11.- O Distrito.
Primitivamente pertencíamos ao distrito de
Criciúma, o sexto distrito de Araranguá, até que foi criado o distrito de Nova
Veneza. E na emancipação do município de Criciúma, ainda ficamos como parte
integrante deste distrito, que era o terceiro de Criciúma. No entanto, o vereador
Adolfo Back entrou com um projeto para a criação do distrito de Forquilhinha, delineando
os limites do novo distrito a ser fundado, que abrangia todo o território Forquilhinha
com o seu hinterland.
Nova Veneza, por seu turno, também cogitava
do seu desmembramento de Criciúma para formação de um novo município. O projeto
do vereador de Forquilhinha encontrou por parte do vereador de Nova Veneza,
filiado no P.S.D. um ferrenho oponente da criação do distrito nossa comunidade,
pois que pretendia açambarcar todo o território de Forquilhinha na margem
direita do rio Mãe Luzia para o pretenso novo município, pretensão esta, aliás,
das mais injustas contra Forquilhinha, pois vinha separar a população de nossa
comunidade no sentido político, levando assim a sede distrito a ser criado
sobre os limites de um outro município. De nada adiantou o veemente combate por
parte de nosso vereador contra esta injusta e perniciosa pretensão do vereador Aquilino
Cerimbeli de Nova Veneza; pois o partido do vereador Cerimbeli tinha a maioria na
Câmara Municipal. Para não trazer dissabores para o vereador do mesmo partido,
todos o apoiavam. O novo município tomou-se fato consumado, os limites
anteriormente previstos. Este desfalecimento do território de Forquilhinha foi
a maior derrota sofrida em todos os tempos da existência de nossa comunidade. E
nada pudemos fazer para evitar a concretização deste intento. Se em Santa Catarina
existisse um dispositivo na Lei Orgânica dos Municípios como no Rio Grande Do
Sul, que dispõe sobre um plebiscito, sempre que se queira criar um novo município
e se consultasse o povo em todo o território de Forquilhinha de seu interior
anexado ao novo município mais de noventa cento votaria contra esta adjunção.
Na primeira eleição para Prefeito da nova
comuna foi eleito Alfredo Bortuluzzi filiado ao partido, como se dizia, da eterna
vigilância. Decorridos os primeiros cinco anos da administração do primeiro
Prefeito, veio a segunda eleição, e foi eleito o intransigente batalhador pela criação
do município, o vereador Aquilino Cerimbeli. Na gestão de Cerimbeli houve
descontentamento geral, também por parte dos vereadores. As divergências estavam
formadas. Três vereadores da U.D.N. com um do P.S.D., com os quais tinham maioria
entraram com um projeto de resolução em que previam a reanexação do território
de Forquilhinha e seu interior ao município de origem. Com esta maioria
aprovaram a resolução, que foi encaminhada à Câmara de Criciúma. Com mão
beijada, receberam e confirmaram a resolução, anexando o território recebido ao
distrito de Forquilhinha, que neste, ínterim fora criado. Não alimentamos, mas
reprovamos o conceito que diz: Aqui se faz, aqui se paga. Mas no caso foi.
Durante a administração de Heriberto Hülse
como Governador do Estado de Santa Catarina, i.e., de 1957 a 1960,
estabeleceu-se no recém-criado distrito um posto de arrecadação de rendas
estaduais e um cartório de paz, sendo os ocupantes, Celestina Nürnberg Arns e
Ricardo Back, respectivamente.
Também foi na mesma época que, com a
considerável contribuição do Governo do Estado, se construiu a rede elétrica
desde Mãe Luzia até a propriedade de Geraldo Correia, na margem direita e
esquerda do rio Mãe Luzia e um ramal até Sangão e se fundou oficialmente a
Cooperativa de Eletrificação em Forquilhinha. Todos os benefícios acima citados
foram inaugurados pelo mesmo Governador do Estado.
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