domingo, 3 de março de 2013

História de Forquilhinha : Por Adolfo Back - XLIII


9.- Estradas.

 

No início da colonização de Forquilhinha não havia estrada que merecesse essa denominação. Eram simplesmente picadas, caminhos tortuosos e lamacentos. Todos abertos pelos moradores, que se iam filtrando por entre as matas, geralmente seguindo os cursos dos rios e riachos, abrindo picadas. Com o seu uso constante, mas sem conservação, denominavam-se estas picadas de caminhos. Não admira, pois, que estes caminhos eram sinuosos, esburacados e cobertos de lama.

A primeira estrada aberta pelo poder público, não sabemos por que graça, foi a de Criciúma rumo ao Rio do Cedro, porém sem maior utilização. Basta dizer que, com a abertura desta estrada, tínhamos uma ligação direta com Criciúma; porém, para lá chegarmos encontrávamos meia dúzia de porteiras, barrando a estrada, sinal de pouco uso.

Nos últimos anos da década de 1930, o governo estadual retificou e melhorou a estrada rumo a Araranguá e Nova Veneza, mas isto apenas no tocante à remoção de terras e nas construções de pontilhões. A consolidação do leito da estrada com o seixo tirado do rio, pouco a pouco se veio fazendo, para chegar ao estado em que ela presentemente se encontra.

Com a emancipação do município de Criciúma, desmembrado do município de Araranguá, o seu primeiro prefeito, o inesquecível e batalhador Marcos Rovaris, mandou abrir uma estrada, ligando Forquilhinha

com a estação da estrada de ferro em Sangão. Pretendia-se abrir esta estrada em rumo reto daqui ao Sangão. Começou-se a construção, da estrada no rumo pretendido, mas quando a estrada ia avançando daqui e chegando aos terrenos dos moradores da linha denominada de Banhadinho, estes se opuseram ao recorte longitudinal de seus terrenos e só permitiram uma curva para seguir o rumo da extrema do terreno. Quando, no entanto, se ia concluindo a estrada até o fim destes terrenos, apareceu outro obstáculo: o povo de São Roque também queria utilizar-se da nova estrada, que no rumo previsto ia  passar longe de sua sede. As negociações resultaram em estrada cheia curvas e voltas.

As demais estradas que ligam Forquilhinha a outros centros, como a que liga S. Bento, a Meleiro via Sanga do Engenho, a Santa Teresinha e a situada na margem direita do rio Mãe Luzia, rumo a Maracajá, todas estas foram iniciadas por esforço próprio dos moradores e hoje retificadas e melhoradas pela Prefeitura Criciúma.

 

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